Que tal pegar uma bicicleta e sair pedalando pelo deserto sob sol forte? Parece loucura, né? Mas foi exatamente esta a forma que escolhemos para conhecer as ruínas de Pukara de Quitor, um sítio arqueológico que fica nos arredores de San Pedro do Atacama. E olha, não nos arrependemos nem um pouquinho por ter ido até lá de bike.
Quer saber como foi essa aventura? Confira o post até o final!
Antes de tudo, quero que você saiba que apesar das condições extremas do Atacama, os passeios de bicicleta pelos arredores de San Pedro são muito tranquilos de serem feitos e super aconselháveis para quem quer ir além dos tours mais comuns.
Pedalar pelo Atacama é um jeito bem diferente de se conectar com o deserto. De bike a gente consegue prestar mais atenção nas paisagens do lugar, vai em um ritmo mais lento, observando cada detalhe, apreciando a natureza, formas e cores da região. Além, é claro, de economizar um trocado!
Se você não tem muita intimidade com a magrela, pode fazer passeios de nível fácil, escolhendo lugares nas proximidades de San Pedro do Atacama.
Pukara de Quitor é um deles (4 km de SPA). Agora, se você já pedala há mais tempo e quer algo mais pesado, poderá dar uma esticada até o Valle de La Luna (16 km de SPA) ou até a Laguna Cejar (18 km de SPA). Haja perna!
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Para o viajar para o Deserto do Atacama, o seguro viagem é importantíssimo.
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Alugando bicicleta em San Pedro do Atacama
Como tínhamos a manhã do nosso segundo dia no Atacama livre, resolvemos dar um pulinho até Pukara para conhecer o lugar.
Além de fazer o passeio, nossa intenção também era desenferrujar. Não pedalávamos há uns bons anos e nos próximos dias iriamos encarar uma prova de fogo: descer a famosa estrada da morte em La Paz de bike. Sem dúvidas era preciso treinar um pouco muito haha.
Em San Pedro do Atacama, o que não falta são lugares para alugar bicicletas. Na rua Caracoles, que é a principal da cidade, existem várias lojinhas.
O preço pode variar de lugar para lugar, e se você for alugar mais de uma e por mais tempo dá para negociar um “descuento”.
No nosso caso, a empresa onde fechamos os outros passeios acabou nos emprestando duas bikes. Como nosso grupo era de 4 pessoas, só tivemos que alugar mais duas.
Alugamos na empresa Excursiones Atacama, que fica na rua Caracoles, e pagamos 2000 pesos (+ou- 12 reais) por cada bike pelo período de duas horas.
As bicicletas não eram das melhores, e por sinal não tinham amortecimento, mas como eram poucos quilômetros de pedal, nem ligamos muito pra isso.
Uma coisa muito importante na hora de pegar a bike é solicitar todos os acessórios de segurança e reparo.
Na Excursiones Atacama nos informaram que em San Pedro é obrigatório o uso de capacete e pelo menos um do grupo deve vestir um colete refletor***. (Tiramos na sorte e o Fábio – do Blog Leve Sem Destino – não levou a melhor e teve que vestir o colete 😂).
***vimos muita gente sem o colete, mas como sabemos que os “carabineros” (polícia) do Atacama não estão de brincadeira, decidimos não arriscar.
Acessórios que são bem importantes e que devem ser disponibilizados pela agência:
🚲 Bomba de ar
🚲 Câmara de ar (se você furar seu pneu e não souber trocar a câmara, tendo uma reserva pelo menos poderá ter a chance de alguma pessoa de bom coração parar e te ajudar a trocar rsrs)
🚲 Cadeado
🚲 Mapinha
Pedalando…
Os 4 quilômetros que levam até Pukara de Quitor são bem tranquilos e de nível fácil. A estrada é de terra e com bastante movimento.
A única parte que pode ser um pouco mais complicadinha é passar pelo Rio San Pedro que corta o caminho.
Quando estivemos por lá, o rio estava praticamente seco, então atravessamos sem dificuldade e nem nos molhamos.
Mas, se ele estivesse um pouco mais cheio, a melhor opção seria dar uma pequena volta e seguir até uma pontezinha que fica do lado esquerdo de quem está indo no sentido SPA -> Pukara de Quitor.
Apesar do tempão sem andar de bicicleta, foi bem tranquilo chegar em Pukara de Quitor. Subimos na bike (demos uma ou outra desequilibrada, já esperadas) e em menos de 30 minutos já estávamos lá. Isso por que ainda paramos algumas vezes para fotografar.
Reparou no cachorro na foto acima no cantinho esquerdo? Na verdade era uma cadelinha bem simpática que nos escoltou de San Pedro até Pukara de Quitor. Ela nos seguiu o tempo todo e ainda voltou para San Pedro com a gente.
Conhecendo Pukara de Quitor
Como já comentei, as ruínas de Pukara de Quitor estão localizadas em uma reserva arqueológica.
A entrada no parque é paga e o ingresso custa 3.000 pesos (+ou- R$ 18,00). Na portaria há um bicicletário, onde é aconselhável deixar a bicicleta trancada.
Um pouco de história…
Pukara de Quitor está diretamente relacionado com a história do povo atacamenho.
Na verdade, o lugar trata-se de uma construção militar, um forte pré-inca utilizado para a defesa dos povos que viviam na região.
Em linguagem aymara e quechua pukara significa fortaleza e Quitor é o nome do monte em que o forte foi construído.
O forte está localizado alto do morro, com visão estratégica para toda a região de San Pedro do Atacama e também para o rio San Pedro.
No início ele era utilizado para a defesa do povo que vivia e cultivava às margens do rio San Pedro e também dos incas, que estabeleceram controle sobre a região mas mantiveram uma relação pacífica com os atacamenhos.
Maaaaaas….. como todos já sabem, os espanhóis chegaram e começaram a colonizar todo o território.
Alguns povos indígenas se renderam aos espanhóis e outros se refugiaram em Pukara de Quitor.
O forte sofreu vários ataques, mas resistiu por mais de 20 anos. Somente no ano de 1540, os espanhóis conseguiram derrubar as muralhas, conquistaram o forte e decapitaram os guerreiros atacamenhos e incas.
Desde então, Pukara de Quitor ficou conhecido como “el pueblo de las cabezas”.
Uma vez dentro do forte, os espanhóis trataram de saquear e destruir o máximo de coisas que conseguiram.
Assim, o que se tem hoje do lugar são só as bases da fortificação e paredes feitas de pedra que resistiram aos espanhóis e ao tempo.
É importante saber que algumas partes de Pukara de Quitor foram restauradas pelo governo chileno.
Dica: Toda esta história é contada em alguns murais no início da trilha. Se você estiver com tempo, dê uma lida, é bem interessante.
Trilhas em Pukara de Quitor
Por falar em trilhas, na reserva arqueológica existem três:
- Sendero Cavernas (caminho para as cavernas)
- Sendero Pukara (caminho Pukara)
- Sendero Mirador (caminho para o mirante).
O Sendero Mirador é o mais longo, gasta-se em média duas horas para fazer a trilha toda. O Sendero Pukara é mais perto, gasta-se em torno de 40 minutos para se chegar no topo. E o caminho para as cavernas é do lado de fora da reserva e também bem mais próximo.
Nós escolhemos percorrer o caminho Pukara, mas como estávamos com pouco tempo por conta de outro passeio que faríamos à tarde, não fomos até o final.
Mesmo assim deu pra subir uma boa parte do caminho, conhecer as estruturas de pedras e também apreciar a incrível vista que se tem dos vulcões Licancabur e Juriques.
Estrutura em Pukara de Quitor
Não espere encontrar muita coisa em Pukara de Quitor.
Além do bicicletário e do posto de acesso, você só encontrará por lá uma área para descanso/lanche e banheiros.
Dicas para conhecer Pukara de Quitor de bike
🚲 Leve bastante água (pelo menos 1,5 litros por pessoa)
🚲 Vá com calçados confortáveis o suficiente para pedalar e fazer trilhas íngremes
🚲 Leve dinheiro para pagar o boleto de entrada
🚲 Leve um lanchinho
🚲 Passe bastante protetor solar
🚲 Não se esqueça do boné
🚲 Tranque a sua bicicleta (com aquele monte de bike que fica no bicicletário, é muito fácil alguém se confundir e levar a sua – e é claro, trancando você evita um possível roubo)
E ai? Se animou a fazer este passeio também? Tenho certeza que você vai curtir demais!
Se ficou alguma dúvida ou se tiver alguma dica, deixe nos comentários.
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- Geysers el Tatio
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1 Comment
Ótimo post, muito explicativo. Também fiz passeios de bike no Atacama, fiz Valle de La Luna no primeiro dia e Garganta del Diablo e túnel do Catarpe no segundo, passando em frente a Pukara de Quitor, mas não tive tempo para visitar o sítio arqueológico. Quando lembro do Atacama, a saudade bate, lembrando desses passeios de bike, que fiz sem agência, foi a melhor parte da viagem, junto com a travessia do Salar de Uyuni.