Depois de passar a noite toda viajando de ônibus, chegamos em Huaraz (Peru) ainda de madrugada e fomos direto para o hostel. Como nosso tempo era escasso e queríamos aproveitar ao máximo nossos dias por lá, mal deixamos nossas coisas no quarto e já estávamos prontos para o primeiro tour em Huaraz: neste dia conheceríamos o Glaciar Pastoruri!


No horário marcado, ainda cansados da noite mal dormida (mas super felizes com a ideia de conhecer o Glaciar Pastoruri), embarcamos com outros turistas na van da empresa Scheler Artizon Trek.

Talvez se soubéssemos de todos os apuros pelos quais passaríamos neste dia, nem teríamos feito este tour… pelo menos não neste dia e da forma como fizemos.


Quer saber mais sobre o Glaciar Pastoruri e também como esta história continua? Vamos lá!


Sobre a mudança do nosso roteiro em Huaraz

Rebobinando a fita e voltando lááá para quando ainda estávamos planejando a viagem, ao procurar informações sobre Huaraz, recebi a indicação de viajantes de um hostel em que o dono também tinha uma agência de turismo.

Glaciar Pastoruri - Parque Nacional Huascarán

Era o Artesonraju, um hostel bem simples, mas que atrai bastante brasileiros em busca de economia.

Como tínhamos boas referências do hostel e também dos passeios que eles operavam por meio da empresa de turismo chamada Scheler Artizon Trek (e sem desconsiderar a ideia de economizar uns trocados), entrei em contato com o dono pelo WhatsApp e deixamos pré-reservados a nossa estadia em um quarto privativo com banheiro e também os tours que faríamos em Huaraz.

Nossa ideia inicial era ficar 4 dias na cidade e fazer os seguintes passeios:

No final das contas este roteiro teve que sofrer modificações e conseguimos fazer apenas os passeios mais famosos de Huaraz: o Glaciar Pastoruri e a Laguna 69.

E por que tivemos que diminuir a estadia em Huaraz? Resumidamente, por que não tivemos escolha.

No período em que estávamos na cidade, fortes chuvas estavam caindo na região e causando um fenômeno que normalmente acontece no Peru e que infelizmente conhecemos na prática: o Huayco.

O Huayco é uma expressão andina relacionada ao deslizamento de terra e fortes inundações resultantes de um grande volume de chuva que cai no alto das montanhas peruanas.

Essas inundações causam muitas tragédias por serem devastadoras e levarem tudo o que está pela frente, inclusive estradas, carros, casas, animais e até pessoas.

Este fenômeno assustador é semelhante às famosas “trombas d’agua” que temos aqui no Brasil e que aumentam repentinamente o volume de rios e cachoeiras.

Mesmo com a ocorrência das chuvas, algumas empresas estavam operando os tours normalmente.

Mas, como dia a dia as estradas ficavam mais perigosas, e depois dos apertos que passamos no passeio do Glaciar Pastoruri, a prudência falou mais alto e resolvemos riscar os dois últimos dias da nossa estadia em Huaraz e seguir para Paracas, no litoral peruano.

No final, conseguimos conhecer o Glaciar Pastoruri e a Laguna 69, mas posso dizer que tivemos uma certa dificuldade para concluí-los e passamos por alguns sustos (que comentarei mais abaixo).

Leia também: Laguna 69 – é tão difícil quanto dizem?


Sobre o hostel Artesonraju

Escolhemos este hostel devido às boas recomendações, mas já sabíamos que era um lugar bem simples, estilo mochileiro mesmo.

O preço do hostel era muito em conta, até mais do que esperávamos.

Pagamos no quarto de casal com banheiro privativo 60 soles a diária (+ou- 65 reais) e o quarto coletivo saía por volta de 15 soles (+ou- 17 reais), todos com café da manhã.

Mas o que mais pegou pra gente não foi nem a estrutura, foi a distância de tudo. Não tinha bares ou restaurantes por perto perto, somente um mercadinho familiar que fechava super cedo. Então, quando chegávamos cansados dos passeios do dia e queríamos comer alguma coisa, tínhamos que descer até o centro da cidade de táxi.

Mas o Artesonraju tinha alguns pontos positivos, entre eles estava o preço super módico, como falei, e também o serviço de lavanderia oferecido.

No final das contas, sendo bem sincero, eu só indicaria este hostel se sua viagem for feita com um orçamento bem apertado. Do contrário, dê preferencia para um hostel ou hotel com melhor estrutura e mais próximo ao centro de Huaraz.


Sobre a agência Scheler Artizon Trek

A agência também oferecia bons preços e os passeios foram feitos em grupo, com o acompanhamento de um guia.

Pagamos no passeio do Glaciar Pastoruri + Laguna 69 o valor de 80 soles por pessoa (+ou – 85 reais).

Pode ter sido falta de sorte a nossa, já que muita gente avalia bem a empresa, até mesmo no TripAdvisor. Mas a experiência que tivemos com o guia do passeio do Glaciar foi péssima (e você vai entender por que).

Já no passeio da Laguna 69, ocorreu tudo bem.

Como a nossa experiência no 1º dia foi bastante ruim, não indico a agência.

Nossa indicação é a agência Denomades, que possui mais de 6 anos de experiência e oferece os melhores serviços no Chile, no Peru e em diversos outros destinos da América do Sul.

O pagamento pode ser realizado com cartões de crédito ou via PayPal, e todo o suporte ao cliente é feito em português! Confira todos os passeios oferecidos na região de Huaraz aqui.


Sugestões de bons hotéis em Huaraz:

Akilpo Guest House

Econômico (?)

Foto divulgação Booking.

Com uma localização muito boa, próximo a restaurantes, bares e agências de turismo, o Akilpo é uma boa opção econômica em Huaraz.
No Akilpo também funciona uma agência de turismo.

Veja no Booking

Hotel Maimara

Moderado (??)

Foto divulgação Booking.

O Hotel Maimara está um pouco mais longe do centro, mas tem quartos arejados com varanda e uma vista bem bonita.
O café da manhã é bastante elogiado.


Veja no Booking

Cuesta Serena Hotel

Luxuoso (???)

Foto divulgação Booking.

Um dos hotéis mais luxuosos de Huaraz. O Cuesta Serena Hotel encontra-se afastado da cidade, mas em um local dos sonhos! O hotel tem uma vista épica para a Cordilheira Branca e está cercado de muito verde!

Veja no Booking


Glaciar Pastoruri

Quanto tempo dura o passeio do Glaciar Pastoruri saindo de Huaraz?

O Glaciar Pastoruri está a 72 km de Huaraz. Além do tempo gasto no percurso, geralmente o passeio inclui algumas paradinhas no caminho.

Temos que considerar também que para chegar na geleira é necessário percorrer uma trilha de 2km, que seria bem fácil se não fosse a altitude. Então, leva-se também um tempinho a mais neste trajeto, dependendo do seu grau de aclimatação.

Normalmente os passeios saem entre 8h e 9h e retornam por volta das 17h. Assim, separe um dia inteiro do seu roteiro para o tour.


Primeira parte: Como foi o nosso passeio até o Glaciar Pastoruri

Como comentei no começo deste post, nós estávamos bem cansados da noite que passamos no ônibus e mesmo assim embarcamos na van para conhecer o Glaciar Pastoruri.

Ao entramos na van, fomos recebido pelo nosso guia, pelo nosso motorista e mais alguns turistas que fariam o passeio com a gente.

Nosso motorista era um jovem peruano muito tranquilo, já o guia era um senhor extremamente tagarela que aparentava uns 60 anos.

No começo do passeio, nosso guia, que parecia estar ligado nos 220 volts, ia contando tudo sobre Huaraz e sobre o que veríamos naquele dia.

Até ai tudo ótimo, afinal, a melhor parte de se fazer um tour em grupo é ter um guia explicando e contando a história do lugar a ser visitado.

Entretanto, nosso guia além de falar muito alto, quase gritando, repetia a mesma coisa várias vezes… No começo todos fomos prestando muita atenção nele, inclusive nas informações que se repetiam e repetiam e repetiam…

Mas, conforme o tempo foi passando, as explicações repetitivas se tornaram desinteressantes e todo o cansaço acumulado da viagem começou a bater.

Resultado: a gente começou a cochilar.

Só que o guia, ao ver que a galera estava cochilando ou mexendo no celular, dava o maior esporro em quem estava desatento.

Nosso amigo Fábio sofreu com o guia. Toda vez que dava uma piscada, logo levava uma chamada de atenção. A situação até poderia ser cômica, mas naquela altura não foi nada divertido.

Ao pararmos para almoçar, todos demos graças a Deus por poder ficar alguns minutos sem ouvir o guia que parecia uma matraca.

O lugar que paramos se chamava “Restaurante Turístico 7 Hierbas” e era muito simples, sendo que a comida seguia o mesmo estilo.

Mesmo com cara de lugar “pega turista” (vide o nome kkk), não achei de todo ruim a escolha, já que de certa forma, dava para perceber que o restaurante era de pessoas humildes que viviam do turismo.

Restaurante Turístico 7 Hierbas | Caminho para o Glaciar Pastoruri
Restaurante Turístico 7 Hierbas | Caminho para o Glaciar Pastoruri

Depois do almoço, seguimos viagem até a próxima parada, o Parque Nacional Huascarán.

Neste momento acho que o almoço deu um leve sono no nosso guia e ele diminuiu um pouco a intensidade (amém!), o que não quer dizer que ele parou de falar totalmente.

Parque Nacional Huascarán

As principais atrações da região de Huaraz estão dentro do Parque Nacional Huascarán.

Nesta reserva ambiental gigantesca está a montanha mais alta do Peru, que tem 6.768m de altitude e que assim como o Parque, também é chamada de Huascarán.

Além disso, é lá que está o Glaciar Nevado Pastoruri e outros lugares lindíssimos, como a Laguna Parón.

Para acessar o Parque pagamos a taxa de entrada no valor de 60 soles por pessoa, que nos dava direito de entrar no Parque de 2 a 3 dias.

O ingresso para um dia só custa 30 soles, e se você quiser entrar no Parque mais de 4 dias terá que desembolsar 150 soles. (Preços de 2019)

Paradas antes do Glaciar Pastoruri: Fonte de Água Gaseificada e Laguna de Siete Colores

O caminho até o Glaciar Pastoruri é lindíssimo. É praticamente uma atração a mais durante o passeio.

A todo instante estamos cercados por uma paisagem andina totalmente diferente do que estamos acostumados a ver no Brasil. No horizonte, a Cordilheira Branca está sempre presente com suas montanhas imensas com picos nevados. O lugar é surreal!

Nossa primeira parada no Parque Huascarán foi em uma fonte natural de água gaseificada.

A água que brota do chão tem até uma coloração diferente, meio alaranjada e, por ter alguns minerais em sua composição, é imprópria para o consumo.

Por lá também estava uma mulher oferecendo fotos com duas lhamas por alguns soles. Além de enfeites como um cachecol e uma espécie de chapéu, as lhamas também estavam com (acredite!) óculos escuros.

Não curtimos turismo envolvendo exploração de animais, então nem demos muita bola para a mulher das lhamas. Preferimos ficar tirando fotos daquele cenário super diferente.

Seguimos então para a segunda parada, a Laguna de Siete Colores, que é uma lagoa pequena que vai mudando de cor de acordo com a incidência do sol.

Quando estivemos lá, o tempo estava fechado e a lagoa estava com uma tonalidade mais escura, mas já vi fotos de dias abertos em que ela ganha uma cor azul turquesa linda.

Outro grande atrativo (no sentido literal da palavra) são as Puya Rimondii, as maiores bromélias que existem no mundo. Estas plantas só nascem em grandes altitudes (3200m a 4800m) e em alguns locais específicos dos andes.

A altura delas realmente impressiona! A Puya consegue alcançar os 14 metros de altura quando estão com flores! Veja só:

Caminho para o Glaciar Pastoruri: Puya Rimondii - As Puyas florescem somente uma vez e produz 8.000 flores que podem conter seis milhões de sementes!
As Puyas florescem somente uma vez e produzem até 8.000 flores, que podem conter seis milhões de sementes! Fonte: Wikipedia

Enfim, Glaciar Pastoruri

Depois da paradinha na Laguna de 7 Colores e do encontro com as gigantescas puyas, seguimos para o Glaciar Pastoruri.

A van parou no estacionamento e todos descemos. Pela primeira vez neste mochilão estava nevando!

Como a neve estava nos molhando e estava frio pra caramba, compramos duas capas de chuva de umas senhorinhas logo no começo da trilha. Aliás, elas estavam vendendo de tudo! Luvas, blusas, cachecóis, biscoitos, balas, folha de coca e outras coisas.

Para chegar no Glaciar é necessário encarar um caminho de 2km, pouco inclinado.

O caminho em si seria tranquilo se não fosse a altitude.

A trilha está a mais de 5000 metros acima do nível do mar e, para quem não está aclimatado, a chance de sentir os efeitos do mal da altitude é bem grande.

Nós passamos alguns dias em Cusco antes de seguir para Lima, onde acabamos perdendo um pouco da nossa aclimatação, já que a capital peruana se encontra no nível do mar. Por isso decidimos não abusar dos nossos limites e fizemos a trilha bem devagarzinho (o que não foi o suficiente para não sentirmos o ar faltar e o coração bater mais forte kkk).

Glaciar Pastoruri: início da trilha
Glaciar Pastoruri: início da trilha

No início da trilha, algumas pessoas oferecem cavalos para levar os turistas até o Glaciar Pastoruri. Mais uma vez deixamos de lado a ideia de explorar os pobres bichinhos e seguimos a caminhada à pé.

O guia chato continuou sendo chato e queria que todos subissem no ritmo dele. Nós nem demos moral e seguimos no nosso ritmo.

Caminhando devagar e fazendo algumas paradinhas para fotos (e pra recuperar o fôlego), levamos uns 45 minutos para chegar no Glaciar Pastoruri.

Depois de vencer uma leve subida, avistamos a geleira lá longe e já ficamos super animados! A cada metro percorrido ela crescia diante dos nossos olhos e nos impressionava cada vez mais.

Aqueles imensos blocos de gelo em meio à montanha nos fazem entender porque o Glaciar Pastoruri é um dos lugares mais visitados em Huaraz!

Mas, por mais incrível que seja aquilo tudo e por mais que a gente quisesse ficar muito tempo por lá, o frio realmente estava castigando.

A neve somada ao vento gelado jogava a sensação térmica lá pra baixo, e mal dava para tirar a mão de dentro do bolso da jaqueta para fotografar sem que ela quase congelasse.

Ficamos uns 40 minutos lá no alto, que foi o máximo que conseguimos e resolvemos voltar.

Sobre as mudanças climáticas

Devido ao crescente aquecimento global, alguns ecossistemas têm se transformado e outros estão desaparecendo. Isto é fato!

Infelizmente o Glaciar Pastoruri é um dos lugares que vem sofrendo com o aumento da temperatura da Terra e, pouco a pouco, está derretendo.

Estima-se que até 2030 a geleira vai acabar. Isto é realmente é uma pena, já que o lugar é extraordinário!

Fizemos a trilha de volta no nosso ritmo lento e, junto com nosso grupo, retornamos para o quentinho da van.

Agora era só retornar para Huaraz, comer alguma coisa, tomar um banho quente e descansar… ou pelo menos deveria ser…


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Susto no caminho de volta

No caminho de volta, nosso guia que também já aparentava estar cansado foi cochilando (e todos demos graças a Deus).

Em poucos minutos já tínhamos saído do Parque Huascarán e entrado na rodovia.

A viagem estava tranquila, mesmo com a leve chuva.

Em dado momento, o motorista desacelerou bruscamente e vimos que no meio da rodovia havia muitas pessoas.

Ficamos sem entender nada. Nossa van foi parando aos poucos e vi que do lado de fora uma mulher estava chorando e todos estavam muito assustados.

O guia logo acordou e saiu da van para ver o que estava acontecendo. A gente saiu atrás.

Mais à frente, pessoas estavam bloqueando a rodovia com grandes pedras para que os carros não passassem.

Fiquei sem entender nada… até que de repente o chão à nossa frente começou a se abrir!!!

Um buraco imenso apareceu no asfalto e foi aumentando rapidamente. Em poucos segundos não havia mais estrada na nossa frente, mas tão somente um imenso abismo.

Junto com o solo que foi cedendo, árvores inteiras foram sendo engolidas pelo grande buraco.

Huayco: Uma imensa vala se formou na rodovia. As pessoas do lado direito estavam observando o terreno desmoronando mais à frente.
Uma imensa vala se formou na rodovia. As pessoas estavam observando o terreno desmoronando mais à frente.

Aos poucos fomos entendendo o que estava acontecendo.

Lembra do huayco, aquele fenômeno natural que é causado pelas fortes chuvas no topo das montanhas e que faz com que se forme uma “avalanche” de água, terra e pedras que leva tudo pela frente?

Foi isto o que aconteceu.

Uma inundação repentina desceu pela encosta da montanha por uma parte mais abaixo da rodovia e fez com que todo o caminho se dissolvesse na nossa frente.

Eu nunca tinha presenciado nada como aquilo e realmente fiquei assustado. Aliás, todos ficamos!

Foram poucos segundos entre a van parar, a gente descer e o buraco se abrir. Talvez se os moradores não estivessem ali naquele momento ou se tivéssemos passado naquele trecho alguns minutos antes, o final da história poderia ser outro…

O motorista logo deu uma ré na van e a afastou da cratera que ameaçava aumentar ainda mais.

Todo o nosso grupo se reuniu e o guia começou a entrar em pânico. Primeiro ele falava que teríamos que passar a noite ali. Depois começou a discutir com o motorista para que voltássemos e buscássemos refugio em alguma cidade e por fim resolveu que todos deveríamos seguir a pé pela mata para contornar o buraco e chegarmos do outro lado.

Eu achei a ideia dele totalmente pirada. E se viesse outro huayco? E se o buraco começasse a ceder ainda mais quando estivéssemos tentando ultrapassá-lo?

O jovem motorista, bem mais prudente que o guia, convenceu a todos para que ficassem na van, que já estava em um local fora de risco, e disse que iria ver se encontrava uma forma para que todos atravessassem com segurança.

Ele foi e depois de um tempo voltou dizendo que havia um caminho pouco acima de onde o asfalto tinha cedido que ainda estava intacto. Mas aconselhou que esperássemos um tempo para que o nível do rio baixasse e pudéssemos atravessar em segurança.

Nisso, nosso guia, sem emocional algum, disse que não esperaria e quem quisesse ficar, era para se virar do jeito que desse.

Ele deu as costas e foi embora. Metade do nosso grupo foi com ele e a outra metade ficou na van.

Seguindo o conselho do motorista, optamos por aguardar. Ficamos uns 20 a 30 minutos na van, e, como o nível do rio baixou, resolvemos todos atravessar também.

O motorista explicou o caminho, mas não pode ir com a gente, já que não poderia abandonar a van.

Seguimos pelo caminho indicado e conseguimos atravessar por esse caminho alternativo, passando em meio às árvores e pulando um pequeno muro.

Já do outro lado estava um caos. Os carros, ônibus e caminhões foram parando e bloqueando os dois lados da pista.

(Observe na foto abaixo um carro atravessado na pista)

Avistamos então o guia com alguns turistas do nosso grupo. Chegamos até onde eles estavam para saber se tinham um plano para retornar e a ideia deles era esperar o outro carro da agência que estava vindo resgatar a todos.

Neste momento, vi que seria bem difícil que o carro conseguisse chegar até o ponto onde estávamos. já que com a pista interditada se formou um grande congestionamento.

Olhei para os lados pensando em outra forma de ir embora, e vi um carro virando e pegando a mão oposta da pista. O carro parou e o motorista gritou que havia vagas e que poderia levar mais gente.

Nisso eu não pensei duas vezes, chamei a Geisi, o Fábio e a Mônica e fomos correndo até o carro. Dentro do carro já tinha uma pessoa na frente e uma pessoa atrás, além do motorista.

Mesmo assim, ainda entramos nós quatro. A Geisi foi no meu colo e a Mônica no colo do Fábio. Imagina só o aperto!

O motorista gente fina que nos ofereceu a carona foi desviando dos carros pelo acostamento até conseguir sair da muvuca. Neste ponto, a noite já tinha caído e nos sentimos aliviados por estarmos a caminho de Huaraz. Mas novamente estávamos enganados

Em certo ponto da estrada, eu senti que o carro tinha passado sobre uma pedra e desestabilizado. Novamente todos ficaram assustados.

Poucos segundos após, o rapaz que estava do nosso lado começou a gritar para o motorista acelerar, já que estavam caindo pedras enormes da encosta!

O motorista acelerou ao máximo, pegou a contramão para ficar o mais longe possível das pedras, mas mesmo assim uma delas acertou a parte da frente do carro. Por sorte ele não perdeu o controle.

Após rodarmos alguns quilômetros e sairmos da área de encosta, o motorista parou o carro para verificar se dava para continuar a viagem. Ele desceu do carro, e, pela sua avaliação, o dano foi só na parte externa do veículo mesmo.

Pegamos a estrada novamente, com bastante medo de um outro deslizamento de pedras, mas dessa vez, conseguimos chegar em Huaraz.

Ao descermos do carro, agradecemos muito ao motorista pela ajuda e como ele estava bem chateado pelo estrago no seu automóvel, acabamos deixando um dinheiro para ajudar no conserto.


Valeu a pena? Faríamos diferente?

Valeu a pena sim. Mesmo com os perrengues que tivemos na volta, conhecer o Glaciar Pastoruri foi uma experiência inesquecível. As paisagens são lindas e as fotos deste post falam por si só.

Glaciar Pastoruri, mesmo com os perrengues valeu a pena!
Glaciar Pastoruri, mesmo com os perrengues valeu a pena!

A questão do huayco era imprevisível, e poderia ter acontecido mesmo se estivéssemos com outra agência. Mas, na minha opinião, o fato do guia ter perdido o emocional desestabilizou todo o grupo. Esperava uma atitude mais profissional da parte dele, afinal, o grupo estava sob sua responsabilidade.

Importante: Nossa viagem a Huaraz foi em março, ou seja, no final do período de chuvas. Se você quiser pegar dias mais ensolarados por lá, procure ir entre o final de maio até, no máximo, início de setembro.


Quero deixar bem claro para você que está se planejando para conhecer Huaraz que o que passamos foi algo bem incomum. Vários e vários turistas se aventuram pelas trilhas de Huaraz todos os anos e acidentes com huayco são quase inexistentes.


E você? Já passou por algum aperto durante alguma viagem? Se sim, deixe seu relato nos comentários!


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Flávio é mineiro, formado em Direito e já morou em várias cidades diferentes. Tem a fotografia como hobby e o blog como forma de dividir com outros suas experiências e seus clicks.

9 Comments

  1. Nossa, que experiência louca. Estou me programando p ir de moto c meu esposo em Abril , mas fiquei c medo agora rss.
    Qremos fazer a cordilheira branca, e as lagunas.
    Mas se estiver chovendo acho q não irei arriscar rss… Muito bom saber da experiência de vcs. Sobre a cidade huayco, da história. Obrigada pelas dicas

  2. Em abril não é um bom mês para ir ao Peru? Quero ir em abril, pois maio é frio né?

  3. Muito assustadora a experiência de vocês, eu mataria esse guia com minhas próprias mãos, tenho certeza disso. Detesto pessoas irresponsáveis e pouco profissionais. Que bom que no final deu tudo certo.

    • Flávio Borges Responder

      Realmente foi uma situação complicada e assustadora, viu?
      Mas, como você disse, ainda bem que no final não tivemos maiores problemas e deu tudo certinho!

      Abraços!

  4. Assustador, pior é pensar que você não sabe de onde pode vir a próxima avalanche ou o próximo deslizamento. Que bom que acabou tudo bem

    • Flávio Borges Responder

      Realmente foi uma aventura e tanto, Michelle! Rolou um frio na barriga, mas no final deu tudo certinho! ?

  5. Já fomos duas vezes para o Peru e não conseguimos visitar Huaraz, um grande arrependimento. Lindo o Glaciar Pastoruri! Mas eu tbm sofreria, o mal de altitude pega pesado…

  6. Liany A Garves Responder

    Caramba Flavio! Fiquei chocada com a história de vocês! Imagino o medo! Pior sem dúvida foi a atitude nada profissional desse guia! Eu tive uma vez uma experiência bem ruim com um guia na Amazônia que não conhecia os lugares, se perdeu várias vezes e tentava nos enganar. Mas enfim… agora que já passou e tudo ficou bem, pelo menos você tem lindas fotos e boas lembranças do lugar, que realmente é lindo!

    • Flávio Borges Responder

      Olá, Liany!
      Realmente foi um dia de altas emoções haha
      Mas ainda bem que, mesmo com os apertos, no final deu tudo certo e só restaram as histórias dos apuros e as boas memórias do lugar.
      Quanto a sua história da amazônia, você ficou perdida no meio da floresta? Fez algum post contando? Se fez me mande porque estou curioso kkk

      Abraços!

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