Acordamos cedinho, pegamos nossas mochilas que já estavam separadas, nos empacotamos com os agasalhos e às 7 horas da manhã já estávamos na estrada. Nosso destino? Três lugares tão únicos e especiais que deveriam ser obrigatórios no roteiro de todo mundo que visita o Atacama: Lagunas Altiplânicas, Piedras Rojas e a Reserva Nacional Los Flamencos.
Como assim, mais um tour imperdível no Deserto do Atacama?!
Siiiimmm! Não tenho culpa se o Atacama é um dos lugares mais incríveis do planeta! 😛
A primeira coisa que você deve saber sobre este tour é que ele é feito em um dia inteiro e não é muito indicado para os primeiros dias no Atacama, já que as Lagunas Altiplânicas estão a mais de 4.200 metros de altitude.
Seguindo o nosso roteiro, fizemos este passeio no 6º dia da viagem. E mesmo já estando aclimatados, deu para sentir um pouco do desgaste causado pelos efeitos da altitude.
Quanto custou:
Tour: R$312 por pessoa
Taxas: R$18 (Lagunas Miscanti e Miñiques) e R$15 (Laguna Chaxa) por pessoa
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Como foi o passeio das Lagunas Altiplânicas
Primeira parada: Povoado Socaire
Como combinado no dia anterior, a van passou para nos buscar no Laskar (hostal em que estávamos hospedados).
Saindo de San Pedro, rodamos +ou- 90 km, e, antes de chegar nas Lagunas Altiplânicas, fizemos nossa primeira parada no povoado Socaire.
Esta paradinha foi ao lado de uma igreja bem charmosa. Lá, o guia nos deu um tempinho pra conhecer o lugar e enquanto isso ficou preparando o nosso café da manhã.
Como saímos cedinho, o frio estava pegando e o vento chegava a congelar as pontas dos dedos. Então, se for conhecer as Lagunas Altiplânicas e Piedras Rojas, não se esqueça de se agasalhar bem!
O ideal é se vestir em camadas, já que com o passar do dia o clima vai esquentando, a gente começa a sentir calor, e aí começamos a tirar peça por peça.
Se “vestir em camadas” significa colocar camadas de roupa para que você possa ir tirando ao longo do dia.
A primeira camada é conhecida como segunda pele e é composta por blusa e calça (podem ou não serem térmicas).
A segunda camada geralmente é um fleece quentinho, ou ainda um casaco de penas.
A terceira é um bom corta-vento, também chamado de anorak. Luvas, toucas e cachecol são essenciais!
Para entender melhor como funciona essa história de se vestir em camadas, veja neste post dicas de como arrumar o mochilão .
Quando descemos da van, nos demos conta de que o sol estava começando a dar as caras e seus primeiros raios trouxeram cores lindas para o lugar.
Ficamos encantados com a paisagem e já imaginávamos que o dia prometia.
Desayuno (ou café da manhã) na mesa, voltamos correndo para tomar qualquer coisa que fosse quentinha! ⛄ haha
Tinha pães, frios, leite, biscoitos, frutas, iogurte, cereais, chá, café solúvel, doce de leite, geleias e suco.
Seguro Viagem
Antes de continuarmos, é importantíssimo falar que o seguro viagem é um item indispensável para uma viagem ao Atacama.
E nossa dica para contratar o seguro é pesquisar preços e coberturas em sites que comparam os planos de várias seguradoras.
Para isso, sempre utilizamos os sites da Real Seguros e da Seguros Promo.
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Laguna Tuyajto
Rodamos mais 40 minutos na van e fomos direto para a Laguna Tuyajto. De vez em quando, cruzávamos com algumas vicunhas no caminho.
A vicunha é um animalzinho que pertence à família dos camelos.
Com altura máxima de 1,30m, ela é a menor de seus parentes andinos: a lhama, o guanaco e a alpaca. A vicunha é um animal selvagem e chegou a ser considerada em risco de extinção.
Sua pelagem é um artigo de luxo para confecção de roupas, e por causa disso foi muito caçada.
Graças a duras leis ambientais no Chile, na Bolívia e no Peru, a população de vicunhas vem crescendo novamente.
Durante a viagem vimos várias pela estrada!
E por falar em estrada, os caminhos que passamos durante o tour das Lagunas Altiplânicas são lindíssimos!
Uma vegetação rasteira amarelada, cadeias de montanhas e vulcões ao redor, muitas curvas, mas também retas infinitas… Vale a pena ir acordado e prestando atenção em tudo.
Chegando na primeira laguna, já nos encantamos com o lugar.
E não era para menos! Com uma altíssima concentração de sal, e a 4080m acima do nível do mar, a laguna Tuyajto possui uma tonalidade verde/azul esbranquiçada, e reflete as várias montanhas que estão ao seu redor.
Essa é uma das paradas estratégicas em que você pode usar o baño inca, banheiro natural que fica logo atrás de umas pedras próximas.
😅😅
Importante!
Não esqueça de levar papel higiênico e um saquinho para carregar o seu lixo.
Ficamos contemplando aquela paisagem indescritível um tempo e depois de muitas fotos continuamos o passeio.
Piedras Rojas
Sabe aquelas fotos surpreendentes do Atacama em que as pessoas estão em um lugar com chão avermelhado, pedras enormes também vermelhas e ao fundo um lago azulzinho? Este lugar é Piedras Rojas.
E Piedras Rojas também fazia parte do nosso roteiro, inclusive era a nossa próxima parada. Porém, tivemos que vê-las bem de longe. ☹️
Bom, não sei se você sabe, mas em janeiro de 2018 o acesso à Piedras Rojas foi fechado por causa da degradação ambiental que vinha sofrendo.
Como comentei no post sobre o roteiro do nosso mochilão, o motivo de Piedras Rojas estar fechada, foi sim a degradação ambiental.
Muitas agências no Atacama promovem um turismo predatório, deixam sujeira no lugar, passam com carros em lugares proibidos (como lugares de nidificação) e ainda deixam os turistas fazerem o que quiserem (como pichar pedras, por exemplo).
Contudo, um episódio específico que envolveu um brasileiro foi o estopim para que as comunidades indígenas atacamenhas promovessem o fechamento de Piedras Rojas.
Um atleta brasileiro resolveu praticar kitesurf nas lagoas de Piedras Rojas para gravar um episódio para o programa Kite Extremo do Canal Off. Esta ação causou a indignação dos locais que controlam o acesso ao lugar.
É importante falar que esta laguna é um habitat de flamingos e outras aves migratórias, sendo um ecossistema muito sensível.
Assim, Piedras Rojas permanecerá fechado por tempo indeterminado para recuperação ambiental e só então os indígenas avaliarão o lugar e decidirão pela liberação ou não do acesso.
Uma coisa que tenho que mencionar, é que nunca estive em um lugar com tanta consciência ambiental como o Atacama!
Todos os acessos para os turistas são demarcados, e se algum engraçadinho tentar entrar em áreas proibidas, ele e a agência estão sujeitos a levar uma multa para casa… Se a pessoa tentar nadar ou praticar esportes em alguma laguna protegida então, nem se fala!
Como nosso grupo tinha vários brasileiros, o guia ficou meio constrangido de explicar o motivo do fechamento. Mal sabia ele que o fato não nos surpreendeu. Infelizmente, todos sabemos que grande parte das pessoas não se importa muito com questões ambientais.
Bom, o fato foi que vimos Piedras Rojas de longe e do alto (e sob a supervisão de um guardinha que estava o tempo todo de olho na gente). Mesmo assim, a visita valeu.
A vista de todas aquelas pedras vermelhas ao entorno do imenso lago é sensacional!
Laguna Miscanti e Laguna Miñiques
Com Piedras Rojas fechadas, o ponto alto do nosso tour nas Lagunas Altiplânicas foram as Lagunas Miscanti e Miñiques.
Antes de entrar no Parque e acessar as lagunas, é necessário passar por um posto de controle e fazer o pagamento de 3.000 pesos por pessoa (+ou- 18 reais em 2018).
O guia nos deixou no início de uma trilha e combinou que nos esperaria do outro lado dela. Teríamos cerca de 50 minutos para fazer a caminhada.
O caminho não era longo, mas a gente parou tantas vezes para admirar a paisagem e fotografar, que acabamos por levar um bom tempo na trilha. E se bobear, 50 minutos foi até pouco!
Logo no começo da trilha tem uma casinha com sanitários. Usamos rapidinho e já começamos a caminhada.
A primeira vista que temos da Laguna Miscanti é de tirar o fôlego. Um espelho azul refletindo montanhas e vulcões. Hipnotizante!
Iniciamos a trilha super entusiasmados com aquele visual! E, pra ficar melhor, apareceram algumas vicunhas que ficaram passeando pelo lugar e (literalmente) posando para fotos!
A Laguna Miscanti tem a fama de ser uma das mais bonitas do Atacama! Com mais de 13,5 km², ela é formada pelo degelo do vulcão Miñiques, do Cerro Miscanti e também das águas de chuva que se infiltram no solo.
Extremamente salobra, a laguna impressiona pelo contraste do azul com o amarelo da vegetação ao seu redor!
Só estando lá para entender o quão incrível é isso tudo!
Mesmo com toda empolgação de se estar em um lugar tão especial, é importante a gente se conter e lembrar que as lagunas altiplânicas estão a mais de 4100 metros de altitude.
Então, o negócio é fazer a trilha bem devagar, curtindo cada momento, registrando tudo na câmera e na memória!
No final da trilha, voltamos para a van e seguimos para a próxima parada, que foi logo à frente. Quando a gente acha que já viu tudo, demos de cara com a laguna Miñiques, que, apesar de ser muito menor, também é lindíssima.
Ficamos um tempo admirando a Miñiques de um mirante e depois de um tempo no local, voltamos para a van e continuamos o passeio.
Reserva Nacional Los Flamencos
Sabíamos que a próxima parada seria na Reserva Nacional Los Flamencos, o que não sabíamos era que o nosso guia iria parar no meio de uma reta infinita para a gente fazer algumas fotos. 😍😍😍
Eu já estava ensaiando pedir para algum guia parar em alguma daquelas estradas lindas do Atacama, então, esta paradinha estratégica foi muito bem vinda, e resultou em fotos como estas:
Nosso guia também se ofereceu para fazer uma foto nossa e achamos o resultado bem divertido:
Laguna Chaxa
É na Reserva Nacional Los Flamencos, em pleno Salar do Atacama, que se encontra a Laguna Chaxa, considerada o melhor local do Deserto para se ver flamingos.
A entrada na Reserva é paga: o preço é de 2.500 pesos por pessoa – cerca de R$ 15,00 (em março/2018).
Esta laguna foi a última atração do nosso passeio.
Assim que pagamos a taxa, nosso grupo se reuniu em uma área coberta que fica bem pertinho da bilheteria.
Lá nosso guia explicou sobre a fauna e flora da região e detalhou toda a forma de vida dos flamingos.
No Atacama existem 3 espécies de flamingos: o flamingo chileno, o flamingo andino e o flamingo james. O que os diferencia é o tamanho e a coloração das penas.
E por falar em coloração, não é atoa que os flamingos se concentram nestas regiões desérticas.
Eles se alimentam de camarões e pequenos invertebrados que existem em abundância nestas lagunas. E são justamente estes animais que dão a coloração rosa ou avermelhada para as penas dos flamingos.
Na entrada do Parque existem alguns aquários com exemplares destes micro-organismos que fazem parte da dieta dos flamingos.
Depois de toda a explicação do nosso guia, fomos conferir os flamingos de pertinho!
Para nós, que nunca tínhamos visto um flamingo na natureza, era um momento super esperado.
Caminhamos pela margem da lagoa e encontramos alguns flamingos “almoçando”.
Realmente eles são lindos! É uma pena que eu não tenha levado uma lente com um zoom mais potente para fotografá-los mais de pertinho.
Mas ainda assim valeu super a pena a visita!
A laguna Chaxa é diferente das demais que vimos neste dia.
Por estar em uma planície totalmente salobra, a ausência de vegetação na margem a deixa com um aspecto bem diferente. Em alguns pontos, a quantidade de micro-organismos faz com que a sua margem ganhe cores amarelas, laranjas e até vermelhas.
Além dos flamingos, também avistamos algumas lagartixinhas esbranquiçadas e também algumas aves da região.
Ok! Como eu disse, foi incrível ver os flamingos na laguna Chaxa, maaaaasss por lá só vimos alguns exemplares… um aqui, outro acolá… nada de revoadas de flamingos rosados cruzando o céu.
Pode ter sido a época do ano ou o horário, talvez.
Já na Laguna Colorada, que fica do lado boliviano, vimos centenas (pra não dizer milhares) de flamingos e dessa vez quase não acreditávamos que aquilo era real!
Conhecemos a Laguna Colorada no primeiro dia da Travessia do Salar do Uyuni. Já a Carol, do Blog Vamos por Aí, visitou esta Laguna em um passeio bate e volta, saindo do Atacama 😉
Mesmo com uma quantidade de flamingos menor que a Laguna Colorada, a Laguna Chaxa também é bem diferente e vale a visita.
Toconao
Toconao é um pequeno povoado com menos de 2.000 habitantes, que traz consigo toda a essência do deserto.
O lugar não possui muitas atrações, mas conta com uma praça e uma pequena igrejinha construída com pedras vulcânicas.
Ao lado da praça, algumas lojas vendem artesanato e lembrancinhas. E, com um pouco de sorte, você poderá ver uma ou outra lhama circulando livremente pelas ruas.
A última parada do nosso tour foi exatamente neste povoado para almoçarmos.
Bem, o almoço estava incluso no nosso passeio, mas digamos que não era muito variado…
Para falar a verdade, eu preferiria que este almoço não estivesse no pacote e que pudéssemos ter tido a chance de escolher onde comer.
Mas, como já eram quase 15h da tarde e estávamos mortos de fome, almoçamos assim mesmo.
Depois do almoço, todos já cansados e de barriga cheia, retornamos para San Pedro.
E assim terminou nosso tour das Lagunas Altiplânicas. Ainda tínhamos mais dois dias de aventuras intensas no deserto: em um, fomos conhecer o Salar de Tara e, no outro, nos aventuramos em subir até o topo do vulcão Lascar!
Um abraço!
Tudo para a sua viagem
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2 Comments
Olá Flávio, agora deu a saudade. Tenho uma foto tirada há 13 anos, quando dei a minha primeira volta ao mundo (que mudou a minha vida), exatamente na perspectiva da primeira foto deste post. Obrigado pelas boas lembranças… :))
Fala Filipe! Eu estive por lá em março e digo que também já estou com saudade do Atacama kkk
Abraços