A Chapada dos Veadeiros tem um número tão grande de cachoeiras que eu tenho certeza que existem muitas que nem foram descobertas ainda (pelo menos não pelos turistas)! Mas uma em especial rouba a cena quando o assunto é Chapada. É claro que estou falando da famosa cachoeira Santa Bárbara.

Neste post vou te contar como foi conhecer esta joia do cerrado e, de quebra, outra cachu lindona: a Candarú!


Estivemos na Chapada dos Veadeiros na semana do feriado de outubro, na companhia de mais cinco amigos: a Mônica e o Fábio (Leve Sem Destino), a Carol (Idas e Vindas da Carol) e a Fabi e o Thiago.

Montamos nosso acampamento – literalmente – em Alto Paraíso de Goiás, a 240km de Brasília, no Camping Viveiro.

A localização foi estratégica, já que Alto Paraíso fica entre as cidadezinhas de São Jorge e Cavalcante, que também estavam no nosso roteiro.


E aí, curioso(a) pra saber como esse post continua?

Vem comigo que eu vou te deixar com ainda mais vontade de conhecer essa região espetacular, em particular uma das cachoeiras mais bonitas e concorridas desse Brasilzão 😀


Afinal, onde fica a Cachoeira Santa Bárbara? Como chegar lá?

Esse paraíso fica em Goiás, na Chapada dos Veadeiros, mais precisamente na cidadezinha de Cavalcante, a aproximadamente 500km de Goiânia e 320km de Brasília.

Para se ter uma ideia, só nos arredores da cidade existem mais de 170 cachoeiras catalogadas!

Como disse lá no comecinho do post, nós resolvemos ficar em Alto Paraíso (240km de Brasília) e de lá fazer bate e volta até as cidadezinhas vizinhas.

Você pode optar por ir de ônibus (viação Real Expresso, com saídas da Rodoviária de Brasília às 10:00, 19:00 e 21:00hs, no valor de R$46,95*), alugar um carro ou ir com veículo próprio, que foi o nosso caso.
*Preços e horários consultados em outubro/2017.


Quer poupar seu carro das estradinhas de terra? Alugue um! Faça um orçamento sem compromisso com a Rent Cars, empresa parceira do Blog, e garanta o melhor preço! Você ainda pode parcelar em até 12x 🙂


De Alto Paraíso até o centrinho de  Cavalcante são 109 km de estrada asfaltada.

Nós fomos de carro e lá, paramos no Centro de Atendimento ao Turista (CAT) da cidade e contratamos um guia (o simpático sr. Emiliano, muito experiente e morador do quilombo).

Já na companhia do nosso guia, seguimos por aproximadamente 34km de estrada de terra  (prepare-se pra muita poeira, buracos e ‘costelinhas’ nessa estrada!) até chegar no povoado Kalunga do Engenho ll, uma comunidade quilombola onde estão localizadas as cachoeiras Santa Bárbara, Ave Maria, Candarú, Capivara e o Complexo Rio da Prata.

Maior comunidade remanescente de quilombo do Brasil, com mais de duas mil famílias, o povo Kalunga viveu mais de 300 anos isolado no cerrado goiano.

Atualmente, o turismo é a principal fonte de renda da comunidade, que garante atualmente a preservação das belezas naturais do seu território e da sua cultura, através de festas, danças, artesanato e culinária.

Na comunidade Kalunga, há toda uma estrutura (simples, porém eficiente) para receber os turistas. Existe um Centro de Atendimento ao Turista, banheiros, lojinha de artesanatos, estacionamento e restaurantes.

Chegando na comunidade, nosso guia foi até o CAT para saber sobre a disponibilidade de acesso à cachoeira Santa Bárbara, já que é permitida a entrada de apenas 300 pessoas por dia – no máximo 60 ao mesmo tempo – e com limite de horário até as 17 horas.

Fomos informados de que a lotação para aquele horário já havia atingido o limite. 🙁

Seu Emiliano nos sugeriu então que visitássemos primeiro a cachoeira Candarú, que fica a 7km do CAT.

Antes de partirmos para a primeira cachoeira, Seu Emiliano deixou agendado nosso almoço em um dos restaurantes do quilombo.

Decidimos almoçar só depois de visitar as duas cachoeiras, pra evitar aquela preguicinha que bate depois do almoço, sabe? rsrs

Cachoeira Santa Bárbara e Cachoeira Candaru - comunidade Kalunga
Pintura na comunidade Kalunga

Regras de Visitação

Se você já esteve na região antes, deve ter notado que algumas informações estão diferentes. É verdade!

Algumas regras de visitação e valores mudaram em outubro de 2017, então se liga:

  • Antes, era cobrada uma única taxa de R$20,00 para visitar a Santa Bárbara e a Capivara. Agora, só a Santa Bárbara custa R$20,00 e R$10,00 qualquer outra cachoeira nas proximidades (Candarú, Capivara e Ave Maria).
  • Estar acompanhado de um guia é obrigatório para todas as cachoeiras!
  • Falando em guia: contratamos no CAT de Cavalcante, por R$150,00 para até seis pessoas. Como estávamos num grupo de 8, negociamos com nosso guia e foi cobrado mais R$50,00, totalizando R$200,00 para o nosso grupo – R$25,00 por pessoa. No CAT da comunidade é mais barato (em torno de R$100,00 para um grupo de até 6 pessoas), mas não nos arrependemos de ter pago um pouquinho mais, já que Seu Emiliano é extremamente experiente, conhecedor da história da comunidade e mega paciente (teve que repetir o nome da Candarú milhões de vezes pra galera, já que toda hora a gente se confundia e inventava um nome diferente ???)

Cachoeira Candarú

A cachoeira Candarú não estava no nosso roteiro pelo simples motivo de não ser tão divulgada e conhecida.

Nossa ideia, inicialmente, era conhecer a Cachoeira Capivara, que a Mônica e o Fábio já conheciam. 

Graças ao nosso guia, que sugeriu que a visitássemos ao invés da Capivara, por ser maior e mais bonita, tivemos a oportunidade de curtir uma cachoeira quase privativa – detalhe: em pleno feriado!

A estrada que dá acesso a essa cachoeira é bastante precária, com muuuuito pó e curvas, passando ainda dentro de um pequeno riacho, por isso é ideal que o veículo seja 4×4.

Como estávamos com carros de passeio,  decidimos contratar um “transfer“, feito em uma camionete (ao melhor estilo pau de arara rsrs) lá na comunidade mesmo. O transporte custou R$20,00 por pessoa, ida e volta, e nos levou até o final da estradinha de terra, o que reduziu nossa caminhada para chegar na cachoeira para aproximadamente 1km.

Tanto a ida como a volta foram com muita emoção, já que a estrada é nível hard!

Logo que descemos da camionete, já era possível escutar o barulho da queda d’água. Iniciamos a caminhada, percorrendo uma trilha de nível fácil, que leva até a margem do rio.

Cachoeira Candaru - é ou não é linda?
Cachoeira Candaru
Cachoeira Candaru - um banho revigorante em suas quedas
Cachoeira Candaru

Como não conhecíamos a Candarú nem por foto, foi uma surpresa incrível chegar a uma cachoeira tão grande (são aproximadamente 70 metros de queda, divididos em 3 níveis)! Esperávamos encontrar muita muvuca por conta do feriado, mas haviam apenas umas 6 pessoas além de nós. Yaaaay!

Fomos para debaixo de algumas árvores deixar nossas coisas e aproveitamos para fazer um lanchinho. Levamos uma caixa térmica com sanduíches, frutas, isotônico e muita água – não se esqueça de levar também!

Depois do lanche, seu Emiliano nos levou então até a ‘piscina’ superior da Candarú. Fomos surpreendidos novamente, pois o que já era sensacional conseguiu superar todas as nossas expectativas!

Uma pequena trilha entre pedras leva até a metade da cachoeira, onde há outro poço enorme para banho, tipo uma piscina de borda infinita! É surreal de tão lindo ???

Cachoeira Candarú - 'piscina' de borda infinita
Fábio nadando na ‘piscina’ de borda infinita
Fotos gentilmente cedidas pelo blog Leve Sem Destino 😀
Cachoeira Candarú
Cachoeira Candarú

Ficamos um bom tempo lá em cima e depois voltamos pra base da cachoeira para um segundo mergulho em suas águas geladas.

Por volta de 14hs, depois de curtir bastante nosso paraíso quase particular, voltamos para o CAT para garantir nosso acesso à Santa Bárbara.

Santa Bárbara

Finalmente, iríamos conhecer uma das cachoeiras queridinhas do Brasil!

Já de volta à comunidade do Engenho, fizemos o pagamento da taxa para visitar a Santa Bárbara (R$20,00 por pessoa) e seguimos no nosso carro por outra estradinha de terra.

A cachoeira fica a aproximadamente 6km do CAT, sendo 5km de estrada e mais 1km de trilha – a estrada é super tranquila pra carros de passeio, e a trilha tem subidas leves, passando por pequenas pontes, pedras e um pequeno trecho em meio à mata.

A maior parte da trilha é feita debaixo de sol, então não se esqueça de levar um bom protetor solar e um boné / chapéu.

Logo que entramos na parte mais fechada da vegetação, avistamos a Santa Barbarazinha, quase uma réplica menor da Santa Bárbara, com águas igualmente verde azuladas (ou azul esverdeadas? :P).

Cachoeira Santa Bárbara e Cachoeira Candarú - cachoeira Santa Barbarazinha, que fica pouco antes da Santa Bárbara
Santa Barbarazinha

Decidimos parar nela na volta, pois o horário estava meio apertado – já passavam das 15h – e continuamos a caminhada.

Alguns metros depois, entre os arbustos, já era possível ver um pedacinho do poço com aquela cor azulada. Seu Emiliano ainda mostrou pra gente uma pequena nascente no chão, pouco antes de chegar na cachoeira, mas o que todo mundo queria mesmo era poder ver aquela maravilha toda com os próprios olhos!

E sim, ela é ainda mais linda e surpreendente pessoalmente! Eu não sabia se ficava olhando, se pulava logo na água ou se registrava algumas imagens pro Blog ???

Cachoeira Santa Bárbara - uma das mais famosas da Chapada dos Veadeiros
Cachoeira Santa Bárbara
Cachoeira Santa Bárbara
Cachoeira Santa Bárbara

O horário que chegamos lá fez toda a diferença!  Haviam pouquíssimas pessoas, e em vários momentos tivemos a cachu só pro nosso grupo. Nossa experiência não poderia ter sido melhor! <3

O bonde todo! *Fotos surrupiadas do Leve Sem Destino rsrs

A cachoeira em si não é das maiores – aproximadamente 30 metros de altura – mas a cor da água hipnotiza, em vários pontos da cachoeira dá pé e é possível ir até as pedras por trás da queda.

Como forma de preservação, a visita à Santa Bárbara é limitada a 300 pessoas por dia – e 60 pessoas simultaneamente. Cada grupo pode permanecer por apenas uma hora na cachoeira. Parece pouco tempo, mas é o suficiente para guardar pra sempre na memória cada detalhezinho desse lugar mágico ?

Cachoeira Santa Bárbara - ao final do dia já não estava tão cheia de turistas
Cachoeira Santa Bárbara - passarinho próximo à cachoeira
Cachoeira Santa Bárbara - detalhe da tatuagem da Geisi
Cachoeira Santa Bárbara - é ainda mais bonita ao vivo!

Na volta, aproveitamos pra encher nossas garrafinhas com a água da nascente.

Paramos um tempinho na Santa Barbarazinha pra fotografar, já que a essa altura o sol já estava indo embora e ainda tínhamos que almoçar (por pouco não foi um jantar :D).

Falando em almoço, apesar do horário que chegamos no restaurante, ainda haviam muitas opções e tudo estava quentinho no fogão à lenha ?. Tinha arroz, feijão, peixe, saladas, legumes e verduras. Mas a mandioca frita (ou macaxeira, ou aipim, dependendo da sua região!) estava simplesmente divinaaaa!

O almoço lá funciona assim: você paga R$30,00 (por pessoa) e pode comer a vontade. Suco e refrigerante são pagos à parte.

Cachoeira Santa Bárbara e Cachoeira Candaru - almoço na comunidade Kalunga
Cachoeira Santa Bárbara e Cachoeira Candaru - almoço na comunidade
Almoço na comunidade Kalunga
Cachoeira Santa Bárbara e Cachoeira Candaru - almoço à vontade
Cachoeira Santa Bárbara e cachoeira Candarú - restaurante onde almoçamos
restaurante na comunidade Kalunga onde almoçamos

Infelizmente não conseguimos parar no mirante que fica na estradinha entre Cavalcante e o povoado do Engenho. Se você conseguir sair mais cedo, aproveite a oportunidade, a vista é linda!

Informações importantes:

  • Não esqueça o protetor solar! Leve também protetor labial, pois o clima seco detonou minha boca logo no primeiro dia;
  • Beba muita água;
  • Leve lanchinhos para as trilhas: sanduíche natural, frutas, salgadinhos, barrinha de cereal, biscoito, etc;
  • Leve dinheiro trocado! São pouquíssimos lugares que aceitam cartão de crédito e, mesmo pagando em dinheiro, quase nunca há troco para notas maiores;
  • Evite roupas claras, a menos que você não se importe caso elas fiquem manchadas depois;
  • Use tênis nas trilhas. Vi algumas pessoas de chinelo, mas deve ser bem desconfortável já que há vários trechos escorregadios e com pedras;
  • Curta muito! Não se esqueça de levar seu lixo de volta, e não leve nada das trilhas e cachoeiras a não ser fotos lindas e boas energias ??????

Mineira, é formada em Sistemas de Informação com Pós em Administração e Marketing. É apaixonada por conhecer culturas diferentes e passa horas na internet programando as próximas viagens. Adora dividir suas experiências no blog e ajudar outros viajantes a conhecer novos lugares!

51 Comments

  1. Olá, muito legal sua postagem, obrigada pelas informações. Estou pensando começar a viagem em Cavalcante e depois ir descendo para retrono por Brasília. Vou ficar um dia inteiro em Cavalcante, pernoitar por lá. Acha interessante fazer as três cachoeiras: Santa barbara + Capivara + Candarú?

  2. Este lugar é realmente maravilhoso!
    O Guia, Sr. Emiliano, é uma atração à parte! Muito simpático e excelente guia!

    • Flávio Borges Responder

      Realmente, Isabela.

      O Sr. Emiliano é muito bonzinho! Não teria como escolher guia melhor. Demos sorte 🙂

      Abraços

  3. Meu deeeeus! As duas cachoeiras são maravilhosas de fato, mas fiquei embasbacada pela cachoeira Santa Bárbara! vontade de ir e nunca mais sair! hahahaha <3 a chapada é um dos meus sonhos…

    • Flávio Borges Responder

      Te entendo perfeitamente, a cachoeira Santa Bárbara é simplesmente hipnotizante, Gabriela!

      Um abraço pra vc!

  4. Que post enorme, e lindo! A Chapada é um pouco longe pra mim, mas tendo um tempinho pra viajar pra esses lados, seu post convence bem ?

    • Flávio Borges Responder

      Sou suspeito pra falar, mas acho que vale a pena fazer um esfocinho pra conhecer um dos lugares mais lindos do Brasil, hein??

      Abraços!

    • Gabriela Degregori Camatti Responder

      Ótimo post, bem completo, esclareceu muita coisa! Você pode me mandar o contato ou como posso encontrar o Sr. Emiliano? Vamos viajar para chapada em agosto e precisamos de guia! Grata!

  5. Cada vez que leio algum texto ou vejo foto da Chapada dos Veadeiros, tenho mais certeza de que preciso conhecer o quanto antes!!!

    As fotos estão incríveis!

    Parabéns!

    Abraço

digite seu comentário